A proposta para o Pavilhão do Brasil na Expo Osaka 2025 nasce da busca por um sistema que possa, quando se olha para o futuro, plenamente incorporar as intenções comerciais e de relacionamento internacional do Brasil, de maneira a lhe restituir o seu papel de ator relevante no cenário global, ao mesmo tempo em que, quando se olha para o passado, almeja destacar os fortes vínculos históricos e culturais entre Japão e Brasil – o Brasil abriga a maior comunidade japonesa fora do Japão, assim como a maior comunidade ocidental no Japão é composta por brasileiros.
Frente à grandiosidade dessa missão, entende-se que não se trata de simplesmente projetar um edifício, mas de erguer uma ponte, uma embarcação que possa romper, de forma efetiva e imediata, a fronteira de espaço-tempo que divide esses dois mundos, entregando brasilidade em sua melhor forma em terras japonesas, assim como fez Kasato Maru, cento e dezessete anos atrás, em nossa própria terra natal.
Projetado para abrigar a experiência expositiva, o edifício é melhor definido não como um fim, mas como um meio. Não é o viajante, mas o navio no qual a viagem é feita. O edifício deverá, então, ser sólido o suficiente para abrigar seus passageiros, mas também diáfano o suficiente para deixar a exposição derramar-se por toda a praça da feira mundial.
O uso do vidro de forma generosa permite que essas duas qualidades aconteçam, ao mesmo tempo em que uma segunda pele feita de tecido de palha filtra a luz e cria uma atmosfera adequada para as projeções.
Como as telas estão distribuídas majoritariamente no teto, o percurso da exposição é conformado como uma rampa, garantindo ao mesmo tempo um melhor ângulo para se observar as projeções, um percurso circular para toda a experiência expositiva – sem cruzamento de fluxo para o público –, e acessibilidade universal conseguida apenas com um uso mínimo de sistemas mecânicos convencionais.
Ao longo de toda a jornada, móveis de desenho brasileiro criarão vários oásis onde o espectador pode descansar e apreciar as projeções de forma mais imersiva.
O palco para artes performáticas e o café logo no mezanino da fachada aberta para a praça seguem o mesmo princípio de franca exposição que permeia todo o conceito do pavilhão e mostram-se para o exterior na mesma medida que o fazem para o interior. Com o cair da tarde, o edifício também desenvolve o seu pleno potencial ao afastar a sua pele de palha e exibir toda a sua invisibilidade, estendendo assim as suas projeções para o público amplo da feira.
As áreas administrativas, governamentais e corporativas ocupam o terceiro andar, de maneira que mesmo para esse público restrito as telas ainda são visíveis e a experiência, garantida. No quarto andar, a sala de conferências e o restaurante de culinária brasileira dividem espaço com um generoso terraço, de onde se pode apreciar vistas singulares de toda a feira.
É também no terraço que ocorre a experiência coletiva: parte de sua cobertura se constitui de uma estrutura metálica modular que suporta as fitas – e os desejos – deixados pelos visitantes. Essa estrutura, visível desde o térreo, segue também a estratégia comum do edifício de fazer a exposição acontecer para muito além do limite de suas paredes.
Ainda, sob a ideia de construção compartilhada – da individualidade, do ambiente, da realidade –, a própria experiência expositiva é projetada para ser erguida coletivamente. Faixas longas e estreitas de tecido colorido – ornamento muito comum na cultura popular brasileira – serão entregues aos visitantes, que poderão amarrá-los em plataformas enquanto desejam um futuro melhor para o planeta. Estes laços coloridos, cada um representando uma esperança individual, quando então colocados nessas estruturas, representarão com propriedade o poder de coletividade e sua capacidade de remodelar o espaço expositivo – e o próprio mundo.
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Na intenção de comunicar a experiência Brasil – Empoderando Vidas, a expografia para o Pavilhão Brasil na Expo Osaka 2025 propõe uma imersão visual em múltiplas faces deste país que é multicultural, diverso, moderno e com vocação inata para a sustentabilidade. A exposição é fruto da relação entre a narrativa virtual que se apresenta e os espaços expositivos integrados à arquitetura do pavilhão, oferecendo aos seus visitantes uma singular imersão nas potencialidades do quinto maior país do mundo.
Com uso dos recursos em projeções fotográficas e videografias mapeadas, aliadas a sensorialidade sonora e a transmissão de imagens de paisagens brasileiras naturais e urbanas em tempo real, a jornada que o visitante experimentará no Pavilhão do Brasil se inicia no primeiro pavimento com a apresentação de eixo temático que traz o Brasil em suas origens, dimensões, territorialidade e biodiversidade.
Em gigantescas retroprojeções de alta resolução nas paredes e nos tetos, fragmentos do cotidiano brasileiro serão mostrados em tempo real para o audiência no Japão. Os espectadores no Oriente serão então imediatamente conectados a visões síncronas do Ocidente, expostos a reflexões que questionam a constituição desse tecido de muitas camadas, ao qual estamos acostumados a nos referir simplesmente como realidade.
Assim, quatro grandes módulos piramidais invertidos recebem informações visuais continuamente projetadas a partir de captações simultâneas do Brasil – cadenciadas em imagens, textos e vídeos – com as abordagens temáticas do eixo Brasil – O Poder de um Solo Vermelho. Em todo o trajeto assentos infláveis são disponibilizados para que o visitante possa fruir do seu tempo de apreciação com conforto.
No acesso ao piso superior do pavilhão, apresenta-se o eixo Brasileiros – O Poder da Brasilidade em duas grandes janelas piramidais, com projeções de imagens que procuram conformar uma etnia brasileira ao abordar essas matrizes na arquitetura, gastronomia, música, festas populares, costumes, religiosidade e esportes. Visitantes interessados em entretenimento, alimentação e compras encontram ao término desse circuito uma experiência específica na instalação de milhares de fitilhos de tecido coloridos em alusão a representativas expressões da cultura popular, além do acesso ao café, à loja e ao restaurante do pavilhão.
O fluxo de público desenvolve-se a partir do acesso principal, que toma boa parte da frente sul do pavilhão e reúne de maneira protegida, confortável e simultânea mais de 150 pessoas no aguardo da visitação. Desse ponto de convergência inicia-se o circuito principal da exposição, de caráter circular para garantir entrada e saída pela frente sul, em respeito à dinâmica da Feira, no entanto sem permitir cruzamento de fluxos, em razão de a mostra ocorrer no interior rampado do edifício.
Desse modo, o trajeto volta ao ponto de origem, porém um pavimento acima, onde o visitante é recebido pela loja, pelo café e pelo tablado de eventos performáticos, todos instalados em um mezanino com vista para a via principal da feira. É desse foyer que também parte o elevador que dá acesso ao restaurante, ao auditório e ao terraço do pavilhão, espaço aberto no qual os visitantes desfrutam a vista do conjunto da feira e, ao sabor do vento, amarram em uma estrutura própria os fitilhos recebidos e os desejos de um mundo melhor que esses objetos representam.
Em linha com o objetivo da participação do Brasil na Expo Osaka 2025 de promover a imagem do País para o público internacional participante, fomentar negócios e atrair investimentos, o pavimento superior do pavilhão também abrigará o eixo expositivo Vocação Brasil – O Poder da Força de Trabalho Brasileira, que apresentará dados informativos das principais potencialidades econômicas do País – agricultura e pecuária, produção e exportação de café, turismo, moda, e o uso de tecnologias e seus diferenciais de sustentabilidade –, além de trazer ainda informações sobre matrizes energéticas renováveis e práticas de agricultura sustentável.
Visitantes interessados em negócios ou no aprofundamento de relações comerciais, como investidores e autoridades nacionais e estrangeiras, são o público-alvo desse conteúdo de exposição, portanto é-lhes oferecido acesso direto a este pavimento por meio de elevador privativo situado em linha de fluxo restrito.
A Expo Osaka 2025 acontece entre 13 de abril e 13 de outubro de 2025 na homônima cidade japonesa e tem como o seu tema central Designing Future Society for Our Lives. A proposta da feira é oferecer uma imagem realista do futuro da nossa sociedade, não só pela força das suas ideias, mas também pelo exemplo das suas ações.
Seu tema é então uma chave que reflete um forte desejo de trabalhar com pessoas de todo o mundo para discutir e projetar um futuro melhor para a humanidade.
Assim, com a ideia de Empowering Lives como guia, o Brasil inscreveu-se na Feira Internacional. Durante esses seis meses de exposição, o País pretende fortalecer sua imagem positiva no Japão, por meio de diversas ações dirigidas à mídia especializada e formadores de opinião, como também ao público em geral, todos eles o ponto central da experiência expositiva.
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